A mente vagando por todos os astros. E ao mesmo tempo por nenhum. Aquele momento. Só aquele, como se nada mais existisse. Como se nada mais importasse. Único e pleno. Um momento só. Um segundo só. Ou todos. Como se nunca mais acabasse. Um acorde. Ou toda uma sinfonia. Como que condensar toda uma orquestra em somente um acorde. Como que esperar que toda a beleza do mundo se concentre em somente uma fotografia. Em preto e branco. O sentimento. Todo ele. Todos eles, ao mesmo tempo. E o vazio. O completo vazio, perecendo eterno, parecendo total e inescrutável. O completo e branco vazio. Cada vez mais vazio.
E derrepente tudo novamente. Todos os sons, todos os sentidos. O barulho do relógio. Avisando que já passou da hora das pessoas responsáveis. A respiração. A sua respiração? Ela ainda existe? Long time no see. O batimento do coração. Se acalmando.
Esqueça do mundo. Esqueça do horário. Esqueça dos compromissos, dos medos, da precaução. Me diga que vai se esforçar. Que vai aproveitar. Que vai sorrir. Que vai deixar as preocupações de lado. Quanta responsabilidade.
Não nego que é necessária essa precaução toda. Me amedronta também. E nunca vai deixar. Eu sou assim também. Talvez muito mais. Pontual. Extremamente pontual. Responsável. As vezes desnecessáriamente até. Mas me diga com toda a sinceridade. De que vale tudo isso? A que te leva esse medo? Esse medo de ir além, de se deixar levar. Para poupar um pouco de sanidade, sacrifica os bons momentos. Sacrifica os sorrisos, com medo de muitos deles te provocarem lágrimas.
Que há de melhor? Que correr o mais rápido possível. Sentir o vento no rosto. Em um campo completamente desconhecido. Podendo apenas confiar cegamente em quem te guia. Apenas confiar. E correr. Ou então se jogar. Pular do ponto mais alto. Do penhasco mais íngreme. Para só então descobrir se o mar está disposto a te acolher. Se ele está realmente lá. Por que se ater à previsibilidade, afinal? Se já foge com tanta convicção dela. Dessa previsibilidade chata.
Venha. Mais perto. Sem medo. Sem receio. Se joga. Em última análise, a única pessoa que pode te magoar é tu mesma. E quem se importa? Nesse momento quero só sorrisos. Quero só risadas. Quero só as boas histórias. Eu também quero tudo, afinal. Quero esse momento. Quero todos os astros e também o vazio. Quero. A felicidade. Toda ela. Para mim. E para ti.
E os sorrisos. Sempre.
"Prá variar eu posso te levar onde você bem entender"
Ai ai... esse romantismo melodramático ainda me destrói. Mas me tráz uma felicidade sutil antes disso. Sutil e por ora intensa.
1 comentários:
Pretty amazing writting. Hope to meet you any time soon.
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