Por que ter um blog? Por que expor um pouco de uma vida completamente desinteressante para um punhado de leitores quase que aleatórios? Qual a razão para esse anseio por exposição, qual a razão por esse anseio por remoer, lapidar e analisar meus pensamentos? Meus pensamentos mais profundos e meus desejos superficiais.
Em muito pouco tempo um série de mudanças fizeram minha vida e minhas idéias quase que irreconhecíveis para mim mesma. Não ocorreu como se fosse planejado, não ocorreu como se seguisse um scrip bem escrito de um filme hollywoodiano. Mais para um filme europeu. Onde os pensamentos, as decisões e os fatos são simplesmente atirados na sua frente. E se tem que lidar com tudo isso. De uma vez. E de forma adequada. Muito não está nem de perto resolvido, conversado ou estabelecido. E talvez por isso mesmo que um blog me pareça tão interessante. Tão necessário, diria. Com quem conversar? Com quem analisar, de forma profunda, madura e concisa, tudo o que têm mudado? Nada mudou, basicamente nada. Mas sinto como se alguém tivesse resolvido virar o tabuleiro. Shiva, destruidor. Para se reconstruir tudo novamente. Para pôr um fim no tédio e na monotonia. Para implantar o caos e incentivar a intensidade. A plena intensidade. Mas na verdade... quem me dera pudesse pôr toda a culpa em uma entidade qualquer. E não admitir que fui eu. Fui eu que dei o primeiro passo, e busquei mais. Deixei tudo fluir e fiz acontecer. E talvez por isso que precise de um blog.
Preciso. Para meus devaneios, para meus pensamentos lisérgicos. Para minha seriedade, minha racionalidade. Para minha sanidade, diria. Mas a questão que me atormenta. Não irei eu abandoná-lo, como faço com o que me rodeia? O ímpeto inicial surge de nenhum lugar aparente. Intenso, pleno, inegável. Durável? Dificilmente. Em pouco tempo me entedio, perco a vontade e a motivação. Em certos momentos queria muito que fosse diferente. Me parte o coração. Perder o interesse por vezes pode ser a pior tortura. Um mês? Um ano? Três? Mas se tanto mudou, certos aspectos da minha personalidade analítica (demais) podem ser modelados. Espero. Pensar na dinâmica de tudo, tentar buscar uma razão e não só seguir a emoção. Deve mudar. E a continuidade do blog tanto depende quanto demonstra que é possível. É possível ser mais estável. E mesmo assim não entediante.
Mas paremos de conjecturas e pensamentos dispersos. Um brinde de boas vindas requer uma apresentação devida. É de praxe que se fale um pouco de mim. Não quero que o punhado de pessoas aleatórias que podem eventualmente ler isso venha a pensar que sou uma loira acerebrada, um bigodudo tatuado e alternativo ou algo do gênero. em primeiro lugar, digo que tudo o escrito aqui, todos os fatos e personagens, não passam de ficção barata. Acredite se quiser. Os leitores não aleatórios conhecem o suficiente para saberem. Mas parando (novamente) com o devaneio.
Gosto de me definir com uma pessoa de múltiplas facetas. Ultimamente percebo que gosto de ser o que as pessoas esperam de mim. Isso pode soar como falsidade para alguns, mas não é do que se trata. É meu verdadeiro eu. Eu tenho uma fazenda. E como que consequentemente sei fazer churrasco, gosto de músicas regionais e sei ser forte e decidida quando necessário. Mas ao mesmo tempo tenho uma paixão secreta por Porto Alegre, e por grandes cidades em geral. A vida, as possibilidades, a agitação, muitos aspectos de um grande centro me atraem. O rock, o punk rock me atrai. Eu posso ser fofinha, lindinha e carinhosa em alguns momentos. Querer um vinho, um filme e um abraço. Mas também uma festa, uma cerveja e uma boa música para dançar me tentam semana após semana. Eu namorei por três anos e meio um menino, e ainda gosto muito dele, mas as mulheres me fascinam agora. (sem ‘mas’ dessa vez) Eu estudo engenharia e adoro a precisão da matemática. E ao mesmo tempo almejo a sutileza e a beleza da arte. (e poucos sabem a diferença entre o lindo e o belo) Arte me faz bem, e gosto de buscá-la nas coisas simples. Ainda assim o estabelecido, certo e regrado atua muito fortemente sobre mim. Eu sou responsável, pontual e confiável, diria. Mas não confie nem espere demais. Decepcionar as pessoas me atormenta de forma singular. Acima de tudo sou racional e analítica. Muito racional. Cada pensamento, cada frase e cada atitude são depois exaustivamente remoídas e seu exato (e hipotético) significado extraído com minúcia. “Será que falei as coisas certas?” “O que ela quis dizer com aquilo?” Talvez por isso goste tanto de conversar e ame especialmente a sinceridade. Meias palavras me confundem, me deixam pensativa. E adoro que conversem comigo, que falem de seus sentimentos mais profundos e de alguns pensamentos aleatórios. Por fim. Acho que uma boa parte dos meus atos sejam pensados para me trazer felicidade. A curto ou longo prazo. Com coisas simples ou grandiosas. E o que faz minha felicidade sou eu mesma, embora algumas pessoas contribuam de forma significativa com os sorrisos e a motivação diária. Assim como eu busco fazer. All in all, I like to be what people want me to be. Or what I want to be.
E que se brinde a inauguração dese blog. Que pode durar ou ser abandonado como tantos outros ímpetos meus. Vida longa ao blog.
Farewell.
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