quarta-feira, 3 de março de 2010

The Dark of the Matinée

Um filme. Sutil e encantador de início. Tocando temas quase unversais. Temas que, tenho absoluta certeza, já fizeram parte da vida de muitos casais. Olha e não ver. Acontecer e no instante saber. Ou não perceber. Acabar antes do fim. Para então haver um final quase fútil. Lindo. E trágico. Na primeira meia hora. E depois o completo tédio. O melodrama barato e repetitivo. Entediante. É lindo ver as espectativas sendo depredadas de pouco em pouco. Ou cairem como que implodidas. Palmas ao final. Não pelo filme, mas sim pelo final. Finalmente.

Um segundo filme. Muito falado, muito comentado. Cult. Adorado por muitos que viram. Lindo. Em certos momentos apenas. Me deixou a sensação de que estava perdendo algo, de que aquele não era o filme correto. Artístico, sim. Mas interessante, maravilhoso, esplêndido? Me deixa dúvidas. Mais me pareceu um filme sobre autismo. Mas sim, belo. Não posso dizer que não. Porém novamente as expectativas sofreram abalos significativos em suas estruturas. E o tédio chegou insinuante. Ao menos não tão poderoso dessa vez.

Mais uma chance. Um terceiro filme. Perfeito para o verão. Recomendado. um romance diferente, foi o que disseram. Uma beleza diferente, inegável. O que me fizeram acreditar. Bom. Sobre a beleza. Realmente. Não do filme, é claro. Sobre o filme. Maldito tédio que me atormenta com tanta frequência. O romance de certa forma invertido achei interessante. A mulher encantadora, independente, que faz o que quer, só o que quer. E sabe que não quer um relacionamento. Encantadora. Mas então há o personagem principal. Inseguro, carente, dependente. A personalidade dele parecia apenas um reflexo, um respingo da dela. 500 dias! Perfeitamente aceitavel. Se não fossem 250 deles de completa depressão, e a incapacidade de seguir adiante com a vida. Isso equivale a mais de 8 meses! São 250 dias que poderiam ser dias de sorrisos, dias únicos, dias aproveitados. E foram dias de lembranças e de quase luto. (e o que me apavora mais é que é um típico caso onde a arte imita a vida) desde quando nos tornamos tão sensíveis? De onde veio esse roantismo dos dias modernos? E desde quando ele é tão valorizado? Algumas verdades do filme de fato são interessantes. Sobre os “culpados” desse romantismo e do desgosto decorrente dele. Mas bom. Novamente expectativas em relação a um filme. Que certamente me surpreenderia. E foi mais do mesmo... only backwards. Uma frase interessante. Dela, evidentemente. “Color my life with the chaos of trouble”. O caos me fascina, evidentemente. O filme não.

Agora a questão mais preocupante. Três filmes. Três decepções. Em última análise, todos tratando de temas semelhantes. O amor e a falta dele. E a falta que ele faz. Três espectativas e três decepções. O problema está nos romances previsíveis, nos romances mornos de hoje em dia? Ou nas minhas próprias espectativas? A segunda opção não seria novidade para mim. Bastante típico, na verdade. Típico de mim esperar algo além das possibilidades. E evidentemente me decepcionar. Mas sob outra ótica. O último filme que interessou foi Clockwork Orange. E antes desse, Inglorious Basterds. Algo em comum não? Artísticos e ótimos, sem dúvida. Mas sutis? Mas sensíveis? Mas belos? Sob um ponto de vista psicopata, talvez. Quem roubou minha delicadeza? Minha sensibilidade? Onde foi parar o romatismo? (ele existiu alguma vez?) Escondido bem fundo, mas não perdido, espero.

E por que escondido? Esqueci ele lá na busca por ser alguém mais forte? Na busca por ser alguém que quero ser? Um jeito mais Shane de ser? Por que alimentar essa ilusão?

Mas no momento quero o caos. E a imprevisibilidade. Amanhã lido com as consequências. Só deixar rolar. E ver no que vai dar.

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