Ela entra, toda fabulosa. Toda superior. Guiada pela mão e pelas próprias decisões. Os passos firmes seguindo alguém assim não tão certa do que faz. Toda dona da situação. Ela pára ao abrir da porta. Um simples olhar para aquilo já revela tudo o que as horas de conversa e de suposta intimidade não foram capazes de explicar. O caos assusta de certa forma. Cada detalhe, cada imprecisão, cada pequeno objeto já definem com precisão matemática aquela menina que antes parecia tão distante. Tão intransponível. Que conclusões tira? O que lhe faz pensar todo esse fluxo de informações? Que talvez não seja a hora de tirar conclusões. E no fundo da mente um aviso vago. A mão que a puxa parece indecisa. Parece insegura. Como uma criança. Um passo em falso pode denunciar todo o nervosismo. Como se o primeiro sorriso e os olhares ansiosos não já tivessem explicado. Ela vê a situação. Entende. E se diverte por dentro. Aumentar o desconforto lhe faz sorrir. “onde é o banheiro?” pede, como se tivesse alguma vontade. A menina a leva em dúvida das intenções. Do que fazer. E a porta se fecha. A menina só a esperar. Olha o banheiro. Arrumado. Impecável. Que contraste. Não como um banheiro de uma boate qualquer. Não como o banheiro onde elas estiveram apenas minutos antes. Sem ninguém ver e sem ninguém saber. Imagina se os amiguinhos dela descobrissem. Alguns minutos bastam para brincar um pouco com as idéias da menina.
Ela então sai. Um olhar convicto basta para afirmar quem tem o controle. E quem já perdeu a horas. Ela já cansou dos joguinhos. A menina era linda. Inocente. Quanto maior a dificuldade, maior o prêmio. E ela quer ter o que puder ter. Em um corredor mal iluminado ela beija a menina. Como tanta outras. Como tantas vezes essa noite. E sabe. Sabe que a ansiedade perdura, mas já não há mais escolha. Não há mais resistência. Só vontade. E ela a tem. O tempo que for, com quantos sorrisos e suspiros quiser. A menina de certa forma pensa sobre o certo ou convencional. Mas em segundos seus pensamentos são completamente varridos. Segundos. Minutos. Horas e horas. E ela tem consciência. Consciência do efeito que tem sobre as pessoas. Da atração. Das memórias que deixa. Dos corações partidos que coleciona na cristaleira. Só mais uma. Uma com uma cama de casal e um copo de inocência na cabeçeira. Um tapete de flores. Uma foto de criança. Ou do momento atual? Uma menina mimada. Só mais uma menina. Mas finalmente o sono. Os galos já cantam lá fora. Fora divertido. Hora de ir? Só dormir um pouco. E a menina lhe abraça. Se enrosca nela. Como se ela fosse o que tivesse para se segurar. Ela se deixa. E dorme com a respiração da descoberta no seu ombro.
O sol entrando pela janela a acorda. A menina lhe olhando com um sorriso encantador. Bolachas e flores na cabeceira. Uma meia luz inunda o quarto. Aquele quarto tão impregnado da noite anterior. Um sorriso de lembranças felizes lhe recebendo. Um olhar brilhando com a descoberta de uma felicidade inimaginada a algumas horas atrás.
Quando ela se aproximara, irresistível e poderosa, a menina lembrou das atrizes dos filmes que sua mãe gostava. Com suas unhas vermelhas e cigarros chiques. Com seus olhares insinuantes e lábios voluptosos. A menina no bar, com lágrimas de rejeição inundando sua vodka. Apenas se deixou levar pelas palavras macias. Pelas mãos macias. Pelos beijos macios. Meio sem saber. Meio com medo. Meio envergonhada. Meio curiosa. E daquele momento a esse seus pensamentos haviam viajado por tantos lugares. Todos. E agora suas convicções estavam abaladas. Apenas uma certeza. Aquela mulher à sua frente era a mulher da sua vida. Fabulosa e impressionante. Pode parecer brusco. Mas ela simplesmente sabia. E não podia negar. E agora com essa certeza gritante, faria de tudo para ter ela. Custe o que custasse. Iria ao fim do mundo, se fosse necessário. E talvez seria.
Ela então sai. Um olhar convicto basta para afirmar quem tem o controle. E quem já perdeu a horas. Ela já cansou dos joguinhos. A menina era linda. Inocente. Quanto maior a dificuldade, maior o prêmio. E ela quer ter o que puder ter. Em um corredor mal iluminado ela beija a menina. Como tanta outras. Como tantas vezes essa noite. E sabe. Sabe que a ansiedade perdura, mas já não há mais escolha. Não há mais resistência. Só vontade. E ela a tem. O tempo que for, com quantos sorrisos e suspiros quiser. A menina de certa forma pensa sobre o certo ou convencional. Mas em segundos seus pensamentos são completamente varridos. Segundos. Minutos. Horas e horas. E ela tem consciência. Consciência do efeito que tem sobre as pessoas. Da atração. Das memórias que deixa. Dos corações partidos que coleciona na cristaleira. Só mais uma. Uma com uma cama de casal e um copo de inocência na cabeçeira. Um tapete de flores. Uma foto de criança. Ou do momento atual? Uma menina mimada. Só mais uma menina. Mas finalmente o sono. Os galos já cantam lá fora. Fora divertido. Hora de ir? Só dormir um pouco. E a menina lhe abraça. Se enrosca nela. Como se ela fosse o que tivesse para se segurar. Ela se deixa. E dorme com a respiração da descoberta no seu ombro.
O sol entrando pela janela a acorda. A menina lhe olhando com um sorriso encantador. Bolachas e flores na cabeceira. Uma meia luz inunda o quarto. Aquele quarto tão impregnado da noite anterior. Um sorriso de lembranças felizes lhe recebendo. Um olhar brilhando com a descoberta de uma felicidade inimaginada a algumas horas atrás.
Quando ela se aproximara, irresistível e poderosa, a menina lembrou das atrizes dos filmes que sua mãe gostava. Com suas unhas vermelhas e cigarros chiques. Com seus olhares insinuantes e lábios voluptosos. A menina no bar, com lágrimas de rejeição inundando sua vodka. Apenas se deixou levar pelas palavras macias. Pelas mãos macias. Pelos beijos macios. Meio sem saber. Meio com medo. Meio envergonhada. Meio curiosa. E daquele momento a esse seus pensamentos haviam viajado por tantos lugares. Todos. E agora suas convicções estavam abaladas. Apenas uma certeza. Aquela mulher à sua frente era a mulher da sua vida. Fabulosa e impressionante. Pode parecer brusco. Mas ela simplesmente sabia. E não podia negar. E agora com essa certeza gritante, faria de tudo para ter ela. Custe o que custasse. Iria ao fim do mundo, se fosse necessário. E talvez seria.
2 comentários:
Controladora e dominadora. A protagonista sabe jogar pra ter bem o que quer.
Cenas fortes e tocantes. Escreveste muito bem menina! Beijooss.. Cuide-se! (=
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