quinta-feira, 27 de maio de 2010

Boulevard of Broken Dreams

Qual mendigo, ou louco, vaga sem rumo por ruas avenidas vielas e todos os parques. Suas roupas denunciam sua condição, ou não condição. Seus olhos vazios, olhando para rostos para monumentos para todos os tipos de belezas e perigos, sem ver nada, sem captar uma grama da realidade sufocante. Better nuts than dead.

Repete para si mesmo que não foi assim sempre, que já foi diferente, completamente diferente. Talvez por medo ou ilusão. Por desilusão, tudo se tranformou nesse tom morto de cinza, como o que ilumina a cidade fustigada logo após uma tempestade. Todas as tempestades. Mas como confiar na memória de um louco? Como confiar, quando em poucos segundos se passa da ilusão, mas uma feliz ilusão, para todos os tipos mais danosos de desconfiança, que aos poucos corroem suas certezas, que aos poucos corroem seu coração? As memórias se confundem. Um bom dia pode ter sido dado tanto ontem quanto ano passado, e não faria a menor diferença, nenhum dia mais é bom. Ou sequer ruim. Simplesmente é. Já que nenhuma impressão mais consegue ser captada por esse corpo cansado de cair e se reconstruir, esses olhos vazios, essa pretensa loucura. Seria mesmo a loucura? Se fosse louco, não saberia voar para conseguir fugir, quando a situação assim me intimasse? Se fosse louco, não saberia tranformar o cinza em verde limão e brincar com esses sentimentos cruéis, como com amigos imaginários? Se fosse louco, ainda confundiria suas próprias lágrimas com as outras lágrimas, com a chuva de inverno, com a água que bebe, ou a água em que mergulha? Se fosse louco, não saberia atuar com suas próprias lágrimas de formas mais alegres? Cantar e correr, e dançar alucinadamente, fazendo das lágrimas o combustível primário.

Better nuts than dead. Almost dead. Já não confia mais, já não ri mais, já esqueçeu os passos da reconstrução, cansado cansado exausto de todas essas seguidas e extenuantes reconstruções. Melhor assim, só vagando vagando, andando por qualquer lugar, por todos os lugares. Só ele. Ele só. Buscando? Talvez. Nem mesmo seu resquício de consciência saberia responder tal audaciosa pergunta. Não lhe pergunte. não sabe responder suas próprias dúvidas e nem confiar nas meias respostas, também não saberá responder perguntas geniosas de um sorriso qualquer que lhe cruza o caminho determinado e se acha no direito de lhe dirigir palavra. Sem mais indivíduos na sua vida, além de si mesmo, cujo individualidade a tempos ficou no meio de um cruzamento movimentado.


Better nuts than dead. How can I say? Dead he would be painless, thinkless. Calmless.

3 comentários:

Sharla disse...

A guria da foto [really nice pic, actually] realmente precisará se levantar. Pois atirada no chão ela não é útil pra ninguém e muito menos pra ela.
Viver é uma decisão difícil, dados tantos momentos catastróficos que podem [e costumam] acontecer. Sobreviver é uma guerra, que não da pra desistir se perder algumas batalhas. Por piores que tenham sido as derrotas.

O mundo é uma selva, nut fake person. So Welcome to the Jungle :/

Now get up and keep walking.

Eduardo disse...

Se hitler lutou, perdeu, e viu seu país ser humilhado e devastado, e ainda assim conseguiu reunir forças para uma das maiores noções de "conquista" já conhecida, quem é você pra se cansar após uma sequencia de dramas sentimentais?

Ok, forcei, e jamais vejo como dar um exemplo grande ameniza um menor.

Better nuts than dead. Agree. Não existe alguem fraco e instavel o suficiente que não possa voltar a se levantar. Já dead, deitado, incapaz, não serve para o mundo.

Mas por que estou me preocupando tanto, é só uma ficção ;) a realidade é muito mais dura.

Sharla disse...

O tempo pra eu querer tirar dúvidas lógo contigo sobre isso passou pra mim. Mas ainda virá um bom tempo em que irei querer apenas relembrar, dae conversarei com sorrisos e palavras completas :)

then again, tu é egocentrica e paranoica, que culpa tenho *e

mas obrigado :) por tudo :D

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