Já teve dessas? Já saiu, deixou para trás o que te atormentava, foi ao fim do mundo, dirigiu por horas sem saber onde chegaria, ou se sequer chegaria? Entrou no carro e disse sim, vou sair, e não, não sei onde vou, não me ligue, quero férias e isso aqui me consome. Entrou no carro com quem mal conhecia, e do outro lado havia se tornado quase parte vital de si. Pegou uma estrada inóspita, no meio do nada, sujeito a pneus furados, assaltantes mascarados ou monstros mitológicos. E simplesmente foi, foi sem se importar com o que deixava para trás, só querendo conheçer parte dessa terra que lhe era estranha embora tão querida. Mas principalmente querendo conheçer parte de si que lhe era estranha, e isso contabilizava duas pessoas estranhas dividindo um carro, além da sua companhia, ela mesma. E na volta já conversavam como se fosse inadmissível não serem tão próximas e importantes uma para a outra daquela forma desde o princípio. E na volta já estava tão ciente de seus próprios pensamentos, desejos e atos que lhe eram óbvios os próximos passos a serem dados, tão nebulosos antes.
Imagino que ao menos já viu filmes, leu livros, ouviu músicas, ou então um dia sonhou em sair, correr, voar, viajar até não mais conseguir contar os passos ou sequer saber o caminho que lhe levasse de volta para casa. Ir para qualquer lugar, ao mais inóspito que encontrasse no mapa, e dizer sim, botei os pés na estrada e ela me levou onde quis. Foram foram e foram. E podem provar que foram. Dirigiram horas e horas, seguindo sinais confusos e suas intuições sonhadoras. Podem provar que foram onde disseram que iriam e muito mais, sem saber, sem planejar, só ir e ir.
Todos lhes disseram, o mar vai estar bom, o mar é prá onde vamos, mas não, elas quiseram algo diferente, diferente de tudo. E como que em outro mundo, depois de passar por campos e campos, depois de ver os morros virarem planícies, chegaram aonde parecia que eram estrangeiras. Uma cidade como que fantasma, como que esquecida, quase inexistente. Perfeita. Não importava se tinham onde durmir, onde comer, se iriam ou não conseguir álcool subsidiado, o que importava era a viagem, ir até lá, os sorrisos, as conversas, o simples sonhos de cair na estrada, e realmente ter o feito. O que importava era a quilometragem marcada pelo carro, as fotos tiradas, as memórias guardadas, e tudo aquilo que se fosse feito exatamente igual, não seria mais a mesma coisa.
As dúvidas não seriam as mesmas, as conversas talvez mais densas, talvez mais banais, não seriam as mesmas, as músicas, e os sorrisos teriam outro tom. Mas nada disso importa. Aquele verão se foi, e o que restou lentamente se esvai em memórias, ou se guarda em memórias. E na volta, voltaram outras pessoas. Uma só, como se os dois pensamentos compartilhassem as mesmas ambições, os mesmos questionamentos e toda uma frequência própria e única. Só delas. E então nada mais as faria se separar, nem a pior traição, nem a maior distância. Não mais. E a memória daquela viagem parece uma senha a um mundo secreto, só delas, onde as confidências não precisam ser ditas, são subentendidas. Aquela viagem, a la easy rider, a primeira de muitas.
Imagino que ao menos já viu filmes, leu livros, ouviu músicas, ou então um dia sonhou em sair, correr, voar, viajar até não mais conseguir contar os passos ou sequer saber o caminho que lhe levasse de volta para casa. Ir para qualquer lugar, ao mais inóspito que encontrasse no mapa, e dizer sim, botei os pés na estrada e ela me levou onde quis. Foram foram e foram. E podem provar que foram. Dirigiram horas e horas, seguindo sinais confusos e suas intuições sonhadoras. Podem provar que foram onde disseram que iriam e muito mais, sem saber, sem planejar, só ir e ir.
Todos lhes disseram, o mar vai estar bom, o mar é prá onde vamos, mas não, elas quiseram algo diferente, diferente de tudo. E como que em outro mundo, depois de passar por campos e campos, depois de ver os morros virarem planícies, chegaram aonde parecia que eram estrangeiras. Uma cidade como que fantasma, como que esquecida, quase inexistente. Perfeita. Não importava se tinham onde durmir, onde comer, se iriam ou não conseguir álcool subsidiado, o que importava era a viagem, ir até lá, os sorrisos, as conversas, o simples sonhos de cair na estrada, e realmente ter o feito. O que importava era a quilometragem marcada pelo carro, as fotos tiradas, as memórias guardadas, e tudo aquilo que se fosse feito exatamente igual, não seria mais a mesma coisa.
As dúvidas não seriam as mesmas, as conversas talvez mais densas, talvez mais banais, não seriam as mesmas, as músicas, e os sorrisos teriam outro tom. Mas nada disso importa. Aquele verão se foi, e o que restou lentamente se esvai em memórias, ou se guarda em memórias. E na volta, voltaram outras pessoas. Uma só, como se os dois pensamentos compartilhassem as mesmas ambições, os mesmos questionamentos e toda uma frequência própria e única. Só delas. E então nada mais as faria se separar, nem a pior traição, nem a maior distância. Não mais. E a memória daquela viagem parece uma senha a um mundo secreto, só delas, onde as confidências não precisam ser ditas, são subentendidas. Aquela viagem, a la easy rider, a primeira de muitas.
3 comentários:
Todo verão acaba, e é normal sobrarem só lágrimas e lembranças... mas não falta nem um ano pro próximo verão e sempre tem o inverno pra viagens diferentes...
=) eu gosto bastante de viajar no inverno, ar condicionado e boa música. Definitivamente, odeio verão, mas tenho boas lembranças dele.
A viagem foi pra Pel?
jaguarão, rio branco, pelotas, são lourenço, tapes, barra do ribeiro.... toda a costa doce *-*
mas era uns dias tempestuosos e nublados de verão, o que deixa tudo mais mágico :D
sem falar do álcool subsidiado :P
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