quinta-feira, 24 de junho de 2010

Call me the breeze

Tão quente. Aconchegantemente quente. Os olhos tendo que se acostumar à claridade. Se acostumar. Tão complicado, tão desnecessário. Poderia, não? somente as coisas naturais, com movimentos fuidos. E deixar esse doloroso "se acostumar" para trás. Aquele calor que diz fica mais fica mais, aqui está bom. Mas não, nunca será tão simples assim. O peso adormecido, os olhos ainda semi fechados, os pêlos ainda arrepiados. Sempre arrepiados. Sensibilidades constantes. E nunca a total calma, total tranquilidade, total relaxamento que se espera e se deseja nos momentos mais suaves. Um ouvido atento. Uma retina em movimento. Um pensamento latente. Por mais que não seja essa a intenção. É mais difícil, e muito menos fluido, do que se imaginava. Sempre tendendo a esse tédio opressor. Sempre mais, e o que se tem nunca é o suficiente, por mais completamente satisfatório. A fluidez nunca haverá de se alcançada, na medida em que se quer sempre uma vazão cada vez maior. Sempre se tratando de doses homeopáticas, embora se sinta escorrer nas próprias veias.

E então aqueles dilemas, em maiores ou menores escalas. Se movimentar. Sempre se movimentar. Só durmir, relaxar, se tranquilizar com o calor aconchegante dessas cobertas macias. Mas nunca é possível. Os olhos devem se acostumar, os músculos devem se acostumar, toda a movimentação é tão extremamente desgastante. Desnecessária quase. Mas inevitável. Ao mesmo tempo que se quer se manter ali, que daquela forma é bom o suficiente, já se levanta, já corre. Bom o suficiente nunca é bom o bastante. Já então se está correndo, desviando, quem dera voando. Por mais frio que seja o vento que fustiga as faces. É necessário. Moldar sob si a forma de seus pensamentos até que já forme encaixe perfeito para seus sonhos então pré moldados. Nunca. Sempre fresco, sempre novo.

E o desafio ainda nem começou.

1 comentários:

Jeckson disse...

Nem me fale. Está cada dia mais difícil levantar, ainda mais no frio do inverno. Só que sempre tem aquela vozinha nojenta da consciência falando: "Vai estudar equações, seu preguiçoso" D:

ehjaheuahuehau ;D

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